A importância de se adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e atividade física regular, já se provou mais do que eficiente na prevenção e controle de doenças crônicas, entre as quais o diabetes tipo 2. O chamado “tratamento não medicamentoso” ganha força nos dias atuais, nos quais a população do planeta se mostra cada vez mais doente em função da epidemia de sedentarismo e consumo exacerbado de alimentos ultraprocessados.
Portanto, não é por acaso que algumas instituições pelo mundo – infelizmente ainda poucas – resolveram apostar fortemente nos hábitos saudáveis não apenas como coadjuvante no tratamento: comida saudável e exercício físico começam a ser prescritos como medicamentos.
Reportagem publicada recentemente na revista norte-americana
Time fala sobre as iniciativas nesse
sentido de alguns grupos de saúde dos Estados Unidos. O mais notável é o
programa implementado pelo Geisinger Health Systems desde 2016. Chamado de Fresh Food Farmacy, se define como “uma
nova abordagem da medicina que usa uma abordagem muito antiga” com o objetivo
de capacitar os participantes a gerenciar suas condições de saúde a partir de
mudanças de comportamentos.
Qual a novidade? Aqui, não se trata de recomendar uma dieta
saudável ou prescrever um plano alimentar. O programa fornece alimentos
saudáveis para os pacientes com diabetes tipo 2 e os ensina a incorporar esses alimentos no dia a dia. Os resultados
impressionam: os atendidos reduziram as internações em 70% e mostram 40% menos
riscos de complicações graves do diabetes.
A iniciativa do Geisinger Health Systems é, segundo a
reportagem da Time, um exemplo de
alguns dos programas existentes hoje no Estados Unidos que finalmente passaram
a considerar a alimentação como elemento crucial do tratamento do diabetes. E
usam os alimentos como remédios, com ação tão poderosa quanto a das drogas. Há
casos de hospitais e clínicas que entraram em acordo com produtores locais de
frutas, verduras e legumes para que concedam descontos para quem tem uma “prescrição”
médica, com receita assinada e tudo, para o consumo desses alimentos.
Como diz o dr. Jaewon Rynm, CEO da Geisinger: “Priorizar a
comida e ensinar as pessoas a preparar refeições saudáveis pode ser mais
impactante do que as próprias medicações”. Mais: as empresas de saúde estão
percebendo que usuários mais saudáveis não apenas vivem mais (e pagam por mais
tempo) como visitam menos os pronto-socorros e hospitais.
Outra iniciativa notável vem da Europa, mais precisamente de Portugal. O país acaba de lançar um projeto-piloto para prescrever, em 14 hospitais de rede pública, a prática de atividade física como tratamento complementar para doentes crônicos. Os pacientes terão plano de exercícios individualizado e participarão de sessões de atividade supervisionadas. O programa deve beneficiar cerca de 3 mil pacientes em todo o país.
O Programa Nacional
para a Promoção da Atividade Física terá ação multidisciplinar, com o
envolvimento de médicos, educadores físicos, nutricionistas, fisioterapeutas,
enfermeiros e psicólogos. Os resultados serão acompanhados durante 12 meses. E,
se os ganhos forem positivos, como se imagina, o programa poderá ser expandido
para outros hospitais portugueses.
Bons exemplos, não é mesmo? Vamos esperar que os resultados
sejam de fato expressivos e possam inspirar cada vez mais profissionais e
empresas em todo o mundo.
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