Um a cada cinco brasileiros pode ter diabetes sem saber. É o
que mostra estudo realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e divulgado
no final do mês passado. O levantamento constatou a prevalência de 18,4% de
pessoas com glicemia elevada sem diagnóstico prévio de diabetes. Mais: entre os
avaliados, 22,6% mostraram um risco alto ou muito alto de desenvolver a
disfunção nos próximos 10 anos.
O Rastreamento de
Casos Suspeitos de Diabetes Mellitus: Novembro Diabetes Azul 2018 – que contou
com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – investigou 17.580
pessoas, de todas as regiões do país, entre 14 de novembro e 12 de dezembro do
ano passado.
Participaram do estudo cerca de mil farmacêuticos de
farmácias (77,84% privadas) localizadas em 345 municípios do país. Na amostra, prevaleceram
as mulheres (60%) e aqueles com menos de 45 anos (48%). A maior parcela da
população pesquisada possuía 11 anos ou mais de estudo. Apenas 4,6% dos participantes
não eram alfabetizados.
O resultado é novidade? Nem tanto. É sabido que o diabetes
tipo 2 é um mal silencioso, que quando instalado pode só dar sinais lá na
frente, com as complicações já avançadas. Vale ressaltar que o resultado
poderia ser ainda mais devastador se a prevalência dos entrevistados fosse de
pessoas mais velhas e com menor escolaridade.
O levantamento do Conselho Federal de Farmácia, ao mostrar o
risco de desenvolvimento futuro do diabetes na população, também dá pistas do
que pode ser observado e corrigido. Os participantes – que além da glicemia
capilar mediram circunferência abdominal, peso e altura – foram submetidos ao Finnish
Diabetes Risk Score (FINDRISC), instrumento internacional de avaliação de risco
de desenvolvimento do diabetes. Os fatores de risco mais presentes foram o
sedentarismo (68%), a não ingestão diária de verduras e frutas (43%)
e o histórico familiar (37%). Sim, a herança genética pesa, mas não é o fator de
risco preponderante.
Segundo o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, agora
a entidade pretende levar os dados aos diferentes gestores de saúde do país, “para
que essas informações levantadas se revertam em medidas que possam de fato
beneficiar a população”.
O que precisa ser feito? Mais do que tudo, são necessárias políticas
públicas para aumentar o rastreamento e diagnóstico do diabetes no país. São
necessárias mais campanhas de detecção, mais pedidos de testes de glicemia
pelos médicos das UBS e convênios médicos, é preciso lutar para que o teste de
glicemia faça parte do protocolo de atendimento para todas as pessoas que
procuram serviços de urgência/emergência, seja por qual motivo for.
Ao cidadão, cabe não se esquecer dos exames de rotina e se
conscientizar que saúde é prevenção. E você que já tem diabetes também pode
ajudar a mudar esse cenário. Observe amigos, colegas, parentes. Aqueles com
histórico familiar, que estão acima do peso e principalmente sedentários são
sérios candidatos a desenvolver o DM2. Fale sobre a sua condição. Sobre a
importância do diagnóstico precoce para evitar complicações. Mostre que o
diabetes tipo 2 é mais comum do que se imagina, mas não é um bicho de sete
cabeças: pode ser controlado de forma a garantir uma vida saudável.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia (http://www.cff.org.br/noticia.php?id=5268&titulo=Rastreamento+feito+pelo+CFF+constata:+um+em+cada+5+brasileiros+pode+ter+diabetes)
Concordo plenamente. É preciso q façam prevenção nas UBS para a alimentação saudável para q as pessoas não fiquem diabéticas!
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