Talvez você já tenha ouvido falar do exame de hemoglobina
glicada (HbA1C). Mas o que é e para que serve?
Para começar, lembremos dos tempos de escola. Hemoglobina é
uma proteína presente nas hemácias (glóbulos vermelhos) que se liga ao oxigênio
para transportá-lo através do sangue por todo o corpo. A hemoglobina glicada é
o resultado da ligação da hemoglobina com a glicose (açúcar) presente no sangue,
por meio de um processo chamado glicação. Quanto mais açúcar na circulação
sanguínea, maior a formação de hemoglobina glicada. O resultado do exame de
HbA1C é dado em percentual, ou seja, qual a porcentagem das hemoglobinas do
sangue que sofreram glicação.
Ao contrário do exame de glicemia de jejum ou dos testes
feitos com o glicosímetro, que refletem o nível de açúcar no sangue naquele
exato momento (como uma fotografia), a hemoglobina glicada mostra os níveis
glicêmicos dos 3 a 4 meses anteriores (tempo de “vida” da hemoglobina). Ou
seja, é como um vídeo do que aconteceu com a glicemia no período.
A HbA1c é um dos instrumentos mais importantes para a
identificação dos níveis de glicemia e, portanto, é utilizada tanto como
critério de diagnóstico como avaliação de controle de pacientes já
diagnosticados. Quanto maior a hemoglobina glicada, maior o risco de
desenvolvimento das complicações do diabetes, como problemas nos rins, retina,
nervos e sistema cardiovascular.
Até a década passada, a hemoglobina glicada era utilizada
apenas como seguimento das pessoas com diabetes. Era – e continua sendo – um
parâmetro de controle e preditor de complicações crônicas.
Em 2010, o exame passou a ser utilizado também como diagnóstico.
Nesse caso, os critérios recomendados pela ADA (American Heart Association) e
pela SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) são:
Atenção: o exame
deve ser repetido para confirmação do diagnóstico.
Quando a hemoglobina glicada é usada como parâmetro de
controle das pessoas já diagnosticadas, a conversa é outra. A meta de controle de
quem tem diabetes é manter a HbA1c menor do que 7%. Na tabela abaixo, você pode conferir qual a média de glicemia
estimada no resultado da hamoglobina glicada.
Lembrando que, no Brasil, quase 75% das pessoas com diabetes
tipo 2 têm hemoglobina glicada maior do que 7%.
Para a realização do exame de HbA1C, não é necessário jejum
e a coleta pode ser feita em qualquer horário do dia. Segundo as diretrizes da
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), pessoas com diabetes devem realizar o
exame de hemoglobina glicada a cada 6 meses se o controle estiver bom. A frequência
deve ser trimestral para períodos de mudança de terapia ou casos de glicemia
descontrolada.
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